O anúncio, feito pela Petrobras em junho de 2015, de que iria paralisar as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que estavam 85% concluídas, caiu como uma bomba na cidade de Itaboraí, sede do Complexo e cliente da DS, na ocasião.
A DS assumiu o desafio de sugerir ações que mostrassem que a Prefeitura de Itaboraí encontrava-se mobilizada e o prefeito - que na época era também presidente do Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense (Conleste) - não estava de braços cruzados diante da tragédia econômica que a paralisação do Comperj representava não apenas para Itaboraí, mas para toda a região.
Desafio
- Planejamento estratégico
- Relações públicas
- Conteúdo
- Comunicação interna e direta
- Assessoria de imprensa
- Media training
Pesquisa feita com os moradores da cidade, em julho de 2015, mostrou que 55% das pessoas achavam que a decisão afetaria as suas vidas, e 83% consideravam fundamental a conclusão das obras.
Ele seria o líder natural deste movimento, mas era preciso ter cuidado para que uma eventual superexposição sua não criasse resistência dos outros colegas prefeitos, fundamentais para o sucesso do movimento.
Juntos pelo Comperj
A DS sugeriu que um grande ato fosse realizado no dia 24 de agosto de 2015 - dia da morte do ex-presidente Getúlio Vargas, fundador de Petrobras -, quando as populações de Itaboraí e de todos os 14 municípios que formam o Conleste seriam convocadas para abraçar o prédio da Petrobras, no Centro do Rio, no ato batizado de 'Juntos Pelo Comperj' e que nas redes sociais ganhou ainda a rashtag #RefinariaJá, com direito a hotsite e petição eletrônica que ultrapassou 300 mil adesões de forma espontânea.
Estratégia
Ao longo dessa preparação, foram feitas sessões de media training para um road show liderado pelo prefeito de Itaboraí e o então secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade. Os dois visitaram todas as redações de jornais, rádio e TV da capital, São Gonçalo e Niterói, levando press kit com informações, números e gráficos sobre o desastre econômico que a paralisação da obra representava para Itaboraí, São Gonçalo e demais cidades da área de influência.
As primeiras notícias sobre o evento começaram a ser divulgadas três semanas antes da data marcada, e foram intensificadas faltando uma semana para o ato, principalmente nas rádios.
Juntos pelo Comperj
O ato 'Juntos pela Comperj' foi um sucesso de público e crítica: reuniu milhares de pessoas e fechou o Centro do Rio. Todos os prefeitos do Conleste participaram do ato, incluindo o de Niterói, que inicialmente mostrava resistência em participar por ser, na época, do mesmo partido da então presidente da República.
Resultado
A repercussão do ato levou a então presidente da Petrobras receber o prefeito de Itaboraí. A diretoria da Petrobras também fez reuniões com os prefeitos mostrando alternativas caso houvesse investidores privados interessados em entrar de sócio no empreendimento petroquímico. Imprensa de todo o Brasil, inclusive estrangeira, foi a Itaboraí fazer reportagens sobre a derrocada da cidade anunciada como "novo Eldorado" em 2008, quando foi escolhida para sediar o Comperj.
Uma pesquisa feita em março de 2016 mostrou que a população de Itaboraí entendia que a responsabilidade pelo caos econômico da cidade era do Governo Federal; sendo que 75% dos entrevistados disseram ter tomado conhecimento do ato 'Juntos pelo Comperj' (destes, 80% aprovaram a iniciativa).
Veja o portfólio completo
O abraço à Petrobras teve destaque em todos os veículos de comunicação do País, incluindo vários minutos de matérias no Jornal Nacional, e continuou sendo notícia depois.